Aleph C. Barbalho
Doutorando em filosofia | Construindo clavicularidades
sexta-feira, 17 de maio de 2024
Um método para identificar em que aprimorar-se
quinta-feira, 16 de maio de 2024
O tempo destrói o absurdo e constrói a verdade
“A cada absurdo dito [...] escrito [...] e bem acolhido ou, pelo menos, não refutado, não devemos nos desesperar [...], mas sim nos consolar, sabendo que mais tarde será gradativamente ruminado, elucidado, pensado, ponderado, discutido e, em muitos casos, por fim julgado corretamente.”
(SCHOPENHAUER, Arthur. Aforismos para a sabedoria de vida [Aphorismus zur Lebensweissheit]. Cap. V: Parêneses [exortações] e máximas. [C] Nossa conduta para com os outros)
“absurdo: adjetivo: [...] 2. que não se enquadra em regras e condições estabelecidas. 3. substantivo masculino: aquilo que é contrário à sensatez e ao bom senso. [...] latim: absūrdus,a,um ‘destoante, tolo, sem sentido’” (Oxford Languages. Absurdo)
Para que qualquer coisa exista, seja neste universo ou em outros, são necessárias regras. Condições estabelecidas. Que as coisas sejam de um ou uns jeitos e não de outros.
Por exemplo, neste universo é necessário que tudo esteja em movimento.
Dizer que há algo imóvel neste universo é um absurdo para as regras e condições estabelecidas para a existência deste universo. É contrário à sensatez da maneira como se percebe o universo, é contrário ao bom senso a respeito do ambiente no qual a humanidade vive.
Se alguém pretende defender que neste universo há algo genuinamente imóvel, não se deve se desesperar. Há duas possibilidades: que tal defesa continue sendo propagada e estudada ou que seja esquecida.
Se cair no esquecimento, o problema está solucionado. O absurdo findou.
Se, por outro lado, continuar sendo propagado um tal absurdo, inevitavelmente ele será mastigado, esclarecido, analisado etc. Assim, se tal absurdo – investigado ao longo do tempo que for preciso – não for genuinamente correspondente à verdade enquanto apercepção correta da realidade, em um dado momento, ou em outro, o absurdo deve ser refutado. No mínimo, por eliminação de possibilidades, ao longo do tempo, eventualmente, se constatará a sua absurdidade e restará apenas a verdade.
Inicialmente, a humanidade pensava que a Terra era imóvel. Depois, investigando o universo com base nessa possibilidade, percebeu que não podia ser verdadeira e que a Terra se movia ao redor do Sol. Em seguida, passou a pensar que o Sol, por sua vez, era imóvel. Porém, não se tardou muito a descobrir que o próprio Sol e todo o seu sistema – que inclui a Terra – está se movendo ao redor do centro da nossa Galáxia, que deve ser um Buraco Negro chamado Sagitário A.
Quanto mais se avança, mais incerto fica o nosso conhecimento a respeito de como exatamente, mas por outro lado parece cada vez mais certo que tudo está em um grande movimento e o tempo – o registro da movimentação humana pela Terra, até então – é que possibilita todas essas e quaisquer outras percepções das quais se dá conta e se profere pretendendo sempre alcançar uma verdade última e absoluta.
quarta-feira, 15 de maio de 2024
O exterior influencia o interior
(SCHOPENHAUER, Arthur. Aforismos para a sabedoria de vida [Aphorismus zur Lebensweissheit].. Cap. V: Parêneses [exortações] e máximas. [B] Nossa conduta para conosco)